Páginas

Mostrando postagens com marcador Orientações. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Orientações. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

A doutrina do dom das línguas em Santo Tomás de Aquino





Santo Tomás de Aquino, ao comentar o Capítulo XIV da primeira carta de São Paulo aos Coríntios, escreveu:

“Quanto ao dom de línguas, devemos saber que como na Igreja primitiva eram poucos os consagrados para pregar ao mundo a Fé em Cristo, a fim de que mais facilmente e a muitos se anunciasse a palavra de Deus, o Senhor lhes deu o dom de línguas” (S. Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pag 178.)

Vê-se, portanto, que o dom de línguas foi dado aos primeiros cristãos para que anunciassem a religião verdadeira com mais facilidade. Os Coríntios, por sua vez, desvirtuaram o verdadeiro sentido do dom de línguas:

“Porém, os coríntios, que eram de indiscreta curiosidade, prefeririam esse dom ao dom de profecia. E aqui, por ‘falar em línguas’ o Apóstolo entende que em língua desconhecida e não explicada: como se alguém falasse em língua teutônica a um galês, sem explicá-la; esse tal fala em línguas. E também é falar em línguas o falar de visões tão somente, sem explicá-las, de modo que toda locução não entendia, não explicada, qualquer quer seja, é propriamente falar em língua” (S. Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pg 178-179.).

Temos aqui uma consideração importante. Para São Tomás, o “falar em línguas” pode ser entendido de duas formas:

a) falar em uma língua desconhecida, mas existente, como no caso de Pentecostes, no qual pessoas de várias línguas compreendiam o que os apóstolos pregavam.

b) a pregação ou oração sobre visões ou símbolos.

E o doutor angélico confirma isso mais adiante:

“ suponhamos que eu vá até vós falando em línguas’ (I Co 14, 6). O qual pode entender-se de duas maneiras, isto é, ou em línguas desconhecidas, ou a letra com qualquer símbolos desconhecidos” (Santo Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pg 183.)

Haja vista que a primeira forma de falar em línguas é suficientemente clara – ou seja, que é um milagre pelo qual uma pessoa, que tem por ofício pregar às almas, fala numa língua existente sem nunca a ter estudado – consideremos a segunda forma de manifestação desse dom, segundo São Tomás. Neste caso, falar em línguas é uma simples predicação numa linguagem pouco clara, como, por exemplo, falar sobre símbolos, visões, em parábolas, etc:

“(...) se se fala em línguas, ou seja, sobre visões, sonhos (...)” (Santo Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pg 208.).

E ainda:

[lhes falarei] “ ‘Em línguas estranhas’, isto é, lhes falarei obscura e em forma de parábolas” (Santo Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pg 200).

“(...) em línguas, isto é, por figuras e com lábios (...)” (Santo Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pg 200.)

Para São Tomás, quem assim procede, isto é, usa de símbolos nas práticas espirituais, tem o mérito próprio da prática de um ato de piedade. Caso o indivíduo compreenda racionalmente o que diz, lucra, além do mérito, o fruto intelectual da ação.
Quem reza o Pai-Nosso, por exemplo, mesmo sem compreender perfeitamente o valor de suas petições, tem o mérito próprio da boa ação de rezar. Por outro lado, quem reza o Pai-Nosso com o conhecimento de seu significado mais profundo, lucra, além do mérito, a consolação intelectual da compreensão de uma verdade espiritual. Por esse motivo, São Paulo exorta aos que “falam em línguas” – ou seja, que usam símbolos nos atos de piedade – para que peçam também o dom de “interpretar as línguas”, quer dizer, de compreender o que diz por meio simbólico, afim de que possa ganhar, além do mérito, a compreensão racional do ato.

No que se refere ao uso público do dom de línguas, o Apóstolo determina que ele nunca deve ser usado sem que haja intérprete, ou seja, sem que haja quem explique os símbolos para os que não os compreendem.

Comentado o versículo 27, no qual São Paulo exorta que não falem em línguas mais que dois ou três durante o culto público, diz São Tomas:

“É de notar-se que este costume até agora (...) se conserva na Igreja. Por que as leituras, epístolas e evangelhos temos em lugar das línguas, e por isso na Missa falam dois (...) as coisas que pertencem ao dom de línguas, isto é, a Epístola e o Evangelho” (Santo Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pg 208.)

Para São Tomás, a leitura da Epístola e do santo Evangelho, na Missa, são a forma de “falar em línguas” que a Igreja conservou dos tempos apostólicos! Nada mais contrário ao delírio pentecostal carismático!

Ora, no que diz respeito a “interpretação das línguas”, na Missa, depois da Epístola e do Evangelho, o padre faz o sermão, pelo qual explica os símbolos dos textos sagrados que foram lidos. O sermão é, pois, a ‘interpretação das línguas’ (Epístola e Evangelho) que foram faladas na Missa.Fica, portanto, bastante claro o verdadeiro significado do dom de línguas, que nada mais é do que:

1 - o milagre de pregar o Evangelho numa língua sem a ter estudado ou

2 - o simples fato de usar uma linguagem simbólica na vida espiritual, seja na oração particular, seja na oração pública, sendo que nesta última é necessário alguém que “interprete as línguas”, ou seja, que explique o significado dos símbolos ao povo, função dos ministros da Igreja.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

A imposição de mãos




A imposição de mãos é válida pelo sacerdote, por que o sacerdote tem as mãos abençoadas, ungidas, e sua oração tem maior validade do que qualquer leigo, impor as mãos significa que o sacerdote está acima daquele leigo e que sua oração tem maior validade diante de Deus. Santo Afonso de Ligório¹ diz que o sacerdócio é grandioso e está na hierarquia até acima dos anjos, por isso o sacerdote pode impor as mãos.

O Leigo não deve impor as mãos, sua oração é válida tanto quanto o de qualquer outro leigo, não está acima de ninguém, deve apenas rezar, interceder, suas mãos não são ungidas, nem abençoadas. Assim diz o Papa Pio XII²:

"Somente aos apóstolos e àqueles que, depois deles, receberam dos seus sucessores a imposição das mãos, é conferido o poder sacerdotal em virtude do qual, como representam diante do povo que lhes foi confiado a pessoa de Jesus Cristo, assim representam o povo diante de Deus. Esse sacerdócio não vem transmitido nem por herança, nem por descendência carnal, nem resulta da emanação da comunidade cristã ou de delegação popular. Antes de representar o povo, perante Deus, o sacerdote representa o divino Redentor, e porque Jesus Cristo é a cabeça daquele corpo do qual os cristãos são membros, ele representa Deus junto do povo. O poder que lhe foi conferido não tem, pois, nada de humano em sua natureza; é sobrenatural e vem de Deus: "assim como o Pai me enviou, assim eu vos envio:..' "

(Carta encíclica 'Mediator Dei', Papa Pio XII).

Justamente para mostrar que leigos não são sacerdotes é que existe essa restrição.

Sobre Ananias, o contexto foi ignorado por vc, por isso a bíblia não deve ser interpretada por qualquer um! Ao se observar o versículo 10, vemos:

"Havia em Damasco um discípulo chamado Ananias. O Senhor, numa visão, lhe disse: Ananias! Eis-me aqui, Senhor, respondeu ele."

Ananias pode ter sido um discípulo comum, apenas um seguidor de Cristo, mas recebeu uma missão especial diretamente de Deus! Podemos notar que se trata de um caso especial, algo raro, uma exceção feita pelo próprio Deus, não uma regra. Seria absurdo qualquer pessoa sair declarando que recebeu uma “missão especial” diretamente de Deus. Pensamentos assim, muitas vezes, são causa de acontecimentos absurdos e até mesmo tragédias, é o que fazem os protestantes RECORTAM versículos e saem interpretando como querem.

NUNCA houve na Igreja Católica leigos impondo as mãos. Isso surgiu com o protestantismo pentecostal, e foi copiado pela RCC. Os protestantes não impoe as mãos porque para eles o pastor é IGUAL A TODOS, eles não creem na hierarquia da Igreja.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Mensagem de Dom Antônio aos catequistas




Não é preciso insistir convosco sobre a importância que tem, na vida do fiel, e mesmo da Santa Igreja, a devoção a Maria Santíssima, Senhora Nossa. Ninguém de nós tem, neste ponto, a menor sombra de dúvidas.

Graças a Deus!

Convém, por isso mesmo, refletir sobre as razões que justificam semelhante persuasão. E quando enunciamos esta conveniência, vem logo à mente o grande privilégio, que faz de Maria Santíssima a mulher singular, a criatura especial e inefavelmente eleita entre os anjos e os homens para ser a Mãe de Deus. Neste fato, cheio de amabilíssimos mistérios, se fundamenta o papel que cabe na economia da graça.

Porque Mãe de Deus, Mãe do Redentor, Ela é a corredentora, a Medianeira de todas as graças. Como diz São Bernardo: por vontade de Deus, nenhuma graça desce dos Céus à Terra, sem a mediação de Maria.

Daí que nos importa ter presente o papel de Maria Santíssima na nossa vida, na vida de cada um de nós, enquanto viajores, em peregrinação para o Céu, para o seio de Deus.

Como decorrência do fato de ser Ela a Mãe do Redentor, Maria é não somente nosso guia no nosso caminhar terreno, no qual não podemos errar a estrada; Ela é não somente modelo que devemos imitar; Ela é mais. Ela é quem realiza, quem cria em nós a imagem de Jesus Cristo. Ela é quem nos faz outros cristos, que canaliza para nossas almas o Sangue Divino, que nos concede, alimenta e robustece a vida da graça, vale dizer nossa vida em Jesus Cristo.

Toda esta verdade, densa de substância, exprimimos quando dizemos que Maria é nossa Mãe. Ela é nossa mãe, não com um título extrínseco, como são as mães adotivas. Não. Ela é nossa mãe no sentido pleno da palavra. Pois Ela é quem, com sua maternal proteção, forma em nossas almas a imagem de Jesus Cristo, conformando a nossa vida com a de seu Divino Filho, incorporando-nos assim ao mesmo Jesus Cristo, como parte de seu Corpo Místico.

De maneira que, para nossa própria santificação, devemos viver unidos à Maria Santíssima, consagrados a Ela, entregues ao seu cuidado, como os pequeninos que vivem na total dependência de suas mães.

Ora, caríssimos catequistas, sabeis que o êxito de vossa missão na Igreja, já está condicionado à vossa santificação. A vós, salvadas as proporções, se aplicam as palavras de Jesus Cristo: "Por eles eu me santifico a mim mesmo". Por vossos alunos, para o bem espiritual de vossas crianças, vós vos santificais. E como essa santificação é indispensável, deveis empregar o meio que torna vossa santificação autêntica e intensa. E esse meio é a entrega total a Maria Santíssima. Ninguém melhor do que Ela sabe formar em nós Jesus Cristo, porquanto foi Ela escolhida pelo Divino Espírito Santo para formar no seu seio puríssimo a natureza humana do Filho de Deus Encarnado.

Pedi à Virgem Mãe uma participação na sua maternidade divina, para que nossa cataquese frutifique nas almas de vossas crianças, fazendo-as conhecer não somente a letra do Catecismo, como sobretudo, viver de acordo com as verdades nele aprendidas, ou seja, viver amando intensamente a Jesus Cristo, que é o meio que nos leva e torna fácil conformar-nos com sua Vontade, e ajustar nossa vida às suas máximas. Que de vós se possa dizer, com toda a verdade, o que declarou o Divino Salvador: "Bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática" (Lc. 11, 28), e noutro lugar: "Todo aquele que fizer a vontade do Pai que está nos Céus, este é meu irmão e minha irmã e minha mãe". Vede: "Minha mãe". É o que devem ser os catequistas - mães, que geram nas almas dos alunos a vida da graça, ou seja, o amor intenso a Nosso Senhor que os leve a fugir do pecado e a praticar a virtude. Que a Virgem Santíssima vos conceda, caríssimos catequistas, parte nesta sua maternidade.

O pensamento de Dom Antônio de Castro Mayer - pags 253-254
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...